HIPNOSE CLÍNICA

O QUE É A HIPNOSE?

A palavra hipnose deriva da palavra grega ýpnos, que significa sono. Contudo, embora a hipnose, tal como o sono, seja uma estado natural da mente, é muito diferente do estado adormecido. O estado hipnótico pode definir-se como:

Um estado de atenção aumentada e de concentração altamente focada, o qual pode ser usado para manipular a percepção da dor, para aceder a material psíquico reprimido e para reprogramar o comportamento.
Um estado alterado da consciência, artificialmente induzido, que se caracteriza pela sugestibilidade aumentada e receptividade e por um estado de profundo relaxamento. O transe hipnótico é um estado que ocorre naturalmente, como o dormir ou a rêverie (sonhar acordado), em que a atenção está voltada para o interior, ao mesmo tempo que existe uma grande abertura a novas ideias.

Através da hipnose consegue-se levar a pessoa a concentrar toda a sua atenção numa só questão, ao mesmo tempo que a auto-crítica, o seu censor interno, fica gradualmente diminuído. A hipnoterapia induz um estado de elevada receptividade e fornece sugestões directas e indirectas ao inconsciente para ajudar a pessoa a romper com hábitos indesejados e a alterar comportamentos que conduzem a situações problemáticas.

Mitos e equívocos sobre a Hipnose

A hipnose não é magia, é um estado natural da mente semelhante ao sonhar acordado. As induções hipnóticas que o hipnoterapeuta executa não são por isso passes mágicos que mergulham a pessoa em transe hipnótico de forma instantânea. É necessária a total colaboração da pessoa. Sem o seu consentimento não é possível induzir o transe e muito menos fazer hipnoterapia! A pessoa tem também de estar livre de qualquer ansiedade acerca do estado hipnótico, pelo que todas as dúvidas e receios são previamente esclarecidos.

 

Vejamos alguns dos mitos mais comuns sobre a hipnose.

Quando se é hipnotizado fazem-se coisas ridículas e que vão contra a vontade própria

Apesar da mente critica se encontrar menos activa, a pessoa não responde a qualquer sugestão que vá contra as suas crenças morais mais íntimas. Durante o estado hipnótico a pessoa mantém-se consciente e em controlo do que se está a passar. Qualquer tentativa para forçá-la a fazer qualquer coisa que vá contra as suas crenças, terá como resultado que ela saia do transe hipnótico. Sob hipnose as pessoas não fazem nada que não fizessem no estado não hipnótico.

Sob hipnose a pessoa está inconscienteSomente uma pessoa fraca, ou cuja mente é fraca, pode ser hipnotizada

O oposto é verdadeiro. Geralmente, quanto mais inteligente a pessoa é, mais facilmente se permite hipnotizar, isto deve-se, possivelmente, à sua facilidade em visualizar mentalmente e em não se deixar distrair por pensamentos ou outros estímulos externos.

Somente uma pessoa fraca, ou cuja mente é fraca, pode ser hipnotizada

O oposto é verdadeiro. Geralmente, quanto mais inteligente a pessoa é, mais facilmente se permite hipnotizar, isto deve-se, possivelmente, à sua facilidade em visualizar mentalmente e em não se deixar distrair por pensamentos ou outros estímulos externos.

Pode-se ficar preso no estado hipnótico

Esta situação é impossível, mesmo que o hipnoterapeuta sofresse um ataque cardíaco depois de induzir o transe e morresse durante a sessão, a pessoa sairia do estado hipnótico.

Sob hipnose é-se levado a revelar segredos embaraçosos

Esta afirmação é falsa. A pessoa está sempre consciente daquilo que se está a passar e não pode ser forçada a fazer coisas que vão contra a sua vontade.

A hipnose depende em primeiro lugar da capacidade do hipnoterapeuta

Conforme já se disse, é necessária a total colaboração e o consentimento da pessoa para que ela entre em hipnose. Alguns autores defendem até que toda hipnose é uma auto-hipnose: o paciente hipnotiza-se a si próprio e o hipnoterapeuta apenas guia o paciente para um estado de profundo relaxamento. O poder da hipnoterapia reside no poder do acordo entre terapeuta e paciente.

Se consegues ouvir o hipnoterapeuta então não estás hipnotizado

O estado hipnótico é experienciado de diversas formas. Ouvir e recordar o que o hipnoterapeuta disse é natural, uma vez que durante esse estado não se está a dormir. Por vezes a pessoa não sabe ou não sentiu ter estado hipnotizada, mas o hipnoterapeuta pode ver sinais de que o estado de hipnose está a ocorrer e o efeito final pretendido, sendo concretizado, é a prova final disso.

Hipnoterapia – indicações

Algumas das situações clínicas que comprovadamente respondem bem à hipnoterapia:

  • Dor aguda e crónica
  • Fobias
  • Perturbação de stress pós-trauma e perturbação aguda de stress
  • Ansiedade de performance
  • Depressão
  • Desordens alimentares
  • Desordem dissociativa da identidade
  • Fumar
  • Obesidade

O paciente jamais terá de fazer o esforço de enquadrar o seu problema numa tipologia antes de decidir se a hipnoterapia é adequada para o ajudar a resolver o seu problema. Nesta lista estão apenas referidas as situações com validação empírica firmada, mas trata-se de uma lista reduzida e contendo indicações genéricas. Muitas outras situações não aqui referidas respondem bem à hipnoterapia. Todos os casos são tratados como situações extraordinárias, pois e para além do tipo de problema que a pessoa apresentar, o seu comportamento, a reactividade e o estilo pessoal fazem de cada pessoa ímpar, com um problema único, pelo que a abordagem terapêutica é necessária e especificamente formulada para ela.

 

Contra-indicações para a hipnose

A hipnose não causa danos, mas em certas situações ela não deve ser utilizada. As contra-indicações básicas são:

1) quadros de psicose e esquizofrenia
2) se a pessoa sofreu recentemente um colapso cardíaco
3) se a pessoa está a fazer medicação para uma depressão major
4) se a pessoa fez recentemente terapia electroconvulsiva.

 

TEXTOS SOBRE HIPNOSE

Hipnose Fora do Palco – In Revista Ciência Hoje (Neurociências)
Hipnose, In revista ISTO É (Medicina e Bem-estar)
La Realidade de las Realidades Hipnoticas, In Revista de Terapia Psicológica (Psicologia)

ENTRE EM CONTACTO